O gráfico acima é uma poderosa ferramenta visual que demonstra a relação direta entre o Lucro Antes de Juros e Impostos (EBIT), no eixo horizontal, e o Lucro por Ação (LPA), no eixo vertical. Ele ilustra o desempenho do LPA para as duas opções de estrutura de capital que você configurou: uma sem dívida e outra com dívida.
Cada linha no gráfico representa o LPA que os acionistas podem esperar em diferentes cenários de EBIT para cada opção de financiamento.
Ponto de Indiferença: Observe o ponto onde as duas linhas se cruzam. Este é o Ponto de Indiferença. Nele, ambas as opções de financiamento geram exatamente o mesmo Lucro por Ação (LPA).
Vantagem da Alavancagem:
À direita do Ponto de Indiferença: Se a empresa operar com um EBIT acima deste ponto, a opção com dívida (alavancada) resultará em um LPA maior, indicando que a alavancagem é favorável.
À esquerda do Ponto de Indiferença: Se o EBIT da empresa estiver abaixo deste ponto, a opção sem dívida será mais vantajosa, e a alavancagem é considerada desfavorável, pois os custos fixos da dívida superam os benefícios.
É fundamental compreender que a busca por um LPA mais elevado através da alavancagem financeira (uso de dívida) sempre implica um maior risco para o acionista. Uma melhoria no LPA e no Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) via dívida aumenta a sensibilidade dos lucros da empresa a variações no EBIT. Assim, a decisão sobre a estrutura de capital deve equilibrar cuidadosamente o potencial de retorno com o nível de risco aceitável.
Teorias da Estrutura de Capital
As principais teorias da estrutura de capital buscam explicar como as empresas decidem a proporção entre capital próprio (ações) e capital de terceiros (dívidas) para financiar suas operações. Eis um resumo das mais relevantes:
Sem impostos: em um mercado perfeito, a estrutura de capital não afeta o valor da empresa.
Com impostos: incluir o benefício fiscal da dívida (dedutibilidade dos juros) torna o uso de dívida vantajoso, elevando o valor da empresa quanto mais ela se alavanca.
A empresa deve equilibrar os benefícios fiscais da dívida com os custos de falência e financeiros da alavancagem.
Há um nível ótimo de dívida que maximiza o valor da empresa.
As empresas preferem financiar-se primeiro com recursos internos, depois com dívida, e por fim com emissão de ações.
Essa ordem decorre da assimetria de informação entre gestores e investidores.
As empresas escolhem sua estrutura de capital baseando-se em condições favoráveis do mercado: emitem ações quando o preço está alto e dívida quando o custo está baixo.
A estrutura de capital é usada para controlar conflitos entre sócios e gestores (agência), e entre acionistas e credores.
A dívida pode disciplinar gestores ao impor obrigações e reduzir recursos livres.